quinta-feira, 22 de outubro de 2015

A indústria da morte



Por Eduardo Marinho

Há pouco tempo um grupo de psiquiatras britânicos diagnosticou uma nova psicopatia, a ortorexia, que consiste na obsessão de algumas pessoas em comer alimentos puros, rejeitando qualquer comida industrializada, químicas, coloridas, aromatizadas. A indústria alimentícia não brinca em serviço. As informações sobre a nocividade da "alimentação" industrial são restritas aos pequenos grupos mais informados, os preços de orgânicos e integrais são proibitivos à maioria. Os transgênicos estão nas prateleiras dos mercados, nas bebidas, em toda parte consumidos, na ignorância das inúmeras experiências catastróficas com animais, jamais divulgadas.

A diferença que deve ser levada em conta é o fato de antes tudo isso passar batido, sem questionamentos. Agora se fala no assunto, ainda de forma restrita a pequenos grupos que eu chamo de embrionários. O processo é lento, mas não pára, todo o tempo. Não podemos mudar o mundo, mas o mundo está em mutação permanente, desde que apareceu no universo. Ninguém vai "mudar o mundo", mas todos participam das mudanças que acontecem sem parar. Cabe a nós escolher como participar ou participar do jeito que somos condicionados, induzidos com mentiras bem pregadas em nosso inconsciente.

E participar como queremos requer uma faxina interna nos quereres que temos, pois a esmagadora maioria é produzida por profissionais do inconsciente e implantada pela mídia, pela cultura do consumo, pelo ensino enquadrador que impede a formação de senso crítico. Perceber os nossos próprios condicionamentos requer humildade, sinceridade e profundidade, raridade numa cultura social onde prevalece a forma sobre o conteúdo, tarefa nada fácil, mas fundamental no caminho da tomada de consciência. A conscientização é uma tarefa permanente, não há um ponto de chegada, o caminhar é o destino.

Nada de tão novo assim.

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